Quase 500 anos de uma história que começou pelos mares. Mares que trouxeram os colonizadores responsáveis por iniciar a exportação. Vila Velha e Vitória: cidades com história e vocação para o comércio internacional.

A primeira vila do Espírito Santo foi erguida pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho, aos pés de um morro, na região que hoje chamamos de Prainha, em Vila Velha. Cabanas simples foram construídas e sementes trazidas de Portugal foram plantadas.

Naquela época, por causa de acordos comerciais com Portugal e Angola, foi aberto o primeiro armazém alfandegado do Espírito Santo. A cidade que neste mês completa 477 anos foi o berço da colonização do Espírito Santo e da economia capixaba.

Para fugir dos ataques dos índios e da invasão de holandeses e franceses, os portugueses navegaram pela baía e chegaram a uma ilha. Nascia, assim, a cidade de Vitória, que hoje é a segunda capital mais antiga do país.

Será que naquela época Vasco Coutinho poderia imaginar que essa formação geográfica se transformaria em um dos maiores potenciais portuários do Brasil e do mundo? O fato é que, quase cinco séculos depois, Vitória e Vila Velha têm uma intensa atividade portuária. Uma economia que depende do comércio internacional.

Duas cidades unidas pelo porto. Duas cidades que fazem parte de uma região metropolitana e que, por isso, possuem vantagens.

A localização geográfica é uma delas. Afinal, elas estão perto de grandes centros financeiros, como São Paulo. Acesso rápido, rede ferroviária e rodovias federais são outros destaques da região.

Mas há gargalos. Um deles é que a capital capixaba, construída entre o mar e a montanha, não tem mais pra onde crescer. Já não existem tantos terrenos disponíveis para que novas empresas ligadas ao comércio internacional se instalem.
“Nosso grande foco é sermos a centralidade desse desenvolvimento. Aeroporto, porto, terminal de cargas… Toda essa parte de prestação de serviços e comércio exterior. Também queremos ser uma cidade acolhedora. O centro de eventos e convenções, por exemplo, precisa ser em Vitória, na região do aeroporto. Atividades importantes para que você possa mobilizar as pessoas, ganhando talvez até com os pequenos negócios”, comentou o prefeito João Coser.

Falta espaço geográfico, mas não se pode perder espaço no cenário econômico. Para melhorar a logística, intervenções viárias estão sendo feitas tanto em Vitória quanto em Vila Velha. As cidades sonham com o porto de águas profundas.
“Esperamos que seja Praia Mole porque assim não ganha só Vitória, mas também Serra e Cariacica.
Além disso, nós teremos um porto competitivo com qualquer parte do País. Geograficamente nossa região é vantajosa e teríamos condições, independente de incentivo, de termos uma atividade portuária riquíssima e com muita arrecadação”, acrescentou.
“Temos estudos que apontam que nós temos na nossa baía um calado com cerca de 23 metros de profundidade, com uma ponte de, no máximo, três quilômetros de extensão. Esses indicadores são essenciais para que possamos ter a instalação tanto de um porto público como também de um porto privado. Vila Velha reúne hoje todas as condições técnicas para que possamos ter a instalação de um porto de águas profundas no nosso município, que é importante para a nossa economia”, completou o prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga.

Entre outros projetos, Vila Velha discute ainda a expansão da área portuária e a construção de um aeroporto de cargas. “Estamos trabalhando com a implantação de um pólo industrial em uma área onde podemos ter a instalação de um aeroporto de cargas, um porto seco e também um heliponto. Vila Velha é hoje uma cidade de portas abertas para o mundo, mas também dependente do comércio exterior”.

Fonte: Folha Vitória, 30/05/2012.