No mercado de trabalho é assim: de um lado, as empresas buscam jovens com experiência. Do outro, os estudantes, inexperientes, querem uma oportunidade para trabalhar. Sendo assim, com conciliar o desejo das empresas com a vontade dos alunos? A solução para esse dilema tem nome: estágio. Sabendo disso, as empresas buscam as agências de seleção para encontrar bons candidatos, e os estudantes vão em peso até esses locais para se cadastrarem.

De acordo com o Centro de Integração Empresa-Escola do Espírito Santo (CIEE-ES), cerca de mil vagas são abertas todos os meses e 52 mil jovens estão cadastrados a espera de uma chance. Desse total, 50% têm nível superior, 82% têm entre 16 e 24 anos de idade e 65% são mulheres. 

Os estagiários recebem uma bolsa que varia de R$ 400 a R$ 700, mais benefícios.

Para falar um pouco mais sobre o assunto, o coordenador operacional do CIEE-ES, Rodrigo Nader (foto), concedeu uma entrevista exclusiva para o blog, confira abaixo.

Folha Vitória – Como anda a questão do estágio no Estado?
Rodrigo Nader – Com a recuperação econômica do Espírito Santo nos últimos anos, a abertura de novas empresas no Estado e a crescente demanda por mão de obra qualificada vão ao encontro das estratégias e ações focadas na formação e no desenvolvimento de pessoas. Nesse contexto, o programa de estágios tem se destacado como uma das principais alternativas encontradas pelo setor produtivo para atendimento as suas necessidades.

– Quantas vagas de estágio são geradas por ano no Estado?
São abertas, em média, 800 a 1000 oportunidades de estágio por mês. O CIEE/ES conta com 52 mil estudantes no seu banco de dados aguardando uma oportunidade, dos quais:
• 35 % são do sexo masculino e 65 % do sexo feminino;
• 28% possuem ensino médio / 22% possuem ensino técnico / 50 % possuem ensino superior;
• 35% estão entre 16 e 18 anos de idade / 47% estão entre 19 e 24 anos de idade / 18% estão acima de 24 anos;
• 25 % possuem renda per capta familiar de até meio salário mínimo
• 24% possuem renda per capta familiar de até 01 salário mínimo
• 13% possuem renda per capta familiar de até 1,5 salários mínimos
• 07 % possuem renda per capta familiar de até 02 salários mínimos
• 31% não informaram ou não sabem a renda familiar.


- Quais são os setores que mais contratam?
Os setores de serviços, logística, metal-mecânico, comércio exterior e administração pública.

- Qual o valor médio da bolsa? E os benefícios?
As bolsas-auxílio variam entre R$ 400 a R$ 700, conforme a carga horária e o nível de ensino. Os beneficio mais comuns são o auxilio transporte e o auxilio alimentação.

- Qual a porcentagem de estagiários que são contratados ao final do estágio?
Ao final do programa de estágio nas empresas privadas, 495 dos estagiários são contratados onde realizaram o estágio e 15% recebem melhores propostas, totalizando 64% de efetivação em regime CLT.

- Além da qualificação acadêmica, o que as empresas buscam no candidato?
Todas as empresas estão em busca de pessoas competentes e comprometidas. As organizações estão cientes de que a experiência perde, muitas vezes, em importância para as características pessoais, uma vez que a primeira pode ser adquirida ou moldada com mais facilidade. Logo, busca-se por pessoas com estabilidade emocional, interesse, boa convivência pessoal e compromisso com o que faz.

- O que fazer para aumentar as chances de ser efetivado ao final do estágio?
Em um mercado carente de bons profissionais como o capixaba, o estagiário que se mostra competente e alinhado aos valores e fundamentos da empresa tem boas possibilidades de fazer carreira nela. Assim sendo, o estagiário não deve cair na idéia de que ele está apenas conhecendo o mercado, mas principalmente, o mercado o está conhecendo. Dessa forma, ele deve estar atento à sua postura o tempo todo, mostrando-se disponível para aprender e interessado no crescimento profissional.

2 Mai 2011
Publicado às 6:00 | Postado por Folha Vitória
Por Cristiano Stefenoni