Expectativa de crescimento de 40% e exportações que devem chegar a 12 milhões de toneladas por ano no ES
Ser um Estado competitivo. É para isso que as máquinas trabalham. É preciso ir fundo para não perder espaço e continuar entre os maiores complexos portuários da América Latina.
Quem passa pela Avenida Beira Mar, no Centro de Vitória, já percebe mudanças na paisagem. O que está acontecendo é a expansão do cais comercial. Também estão sendo reformados e ampliados berços, onde atracam os navios. Literalmente tem uma pedra no meio do caminho da exportação capixaba.
No local serão realizadas as obras de implosão de rochas e a retirada de entulho do fundo do mar, que são obstáculos que dificultam a navegação de grandes embarcações. As obras devem começar em setembro e vão durar um ano e dois meses. O canal passará de quase 11 metros para 14,5 metros de profundidade. Assim, navios de até 242 metros de comprimento poderão entrar 22 metros a mais do que as embarcações que hoje passam pelo porto.
A expectativa é de que as exportações cresçam de 9 milhões de toneladas para aproximadamente 12 milhões de toneladas por ano. Um crescimento de quase 40%. “O maior navio que chega tem 2.800 contêineres. Com essa nova dragagem, o Porto de Vitória passa a receber navios com até 5 mil contêineres. Isso coloca o porto dentro das rotas internacionais”, esclareceu o superintendente de operações do Porto de Vitória, Eduardo Prata.
Outra alternativa para incrementar o comércio internacional é a construção de super portos públicos e privados. O Governo Federal já autorizou o estudo que deve indicar até o final deste ano onde o porto de águas profundas poderá ser construído. O objetivo é fazer um cais moderno, com profundidade que atenda os grandes navios que já circulam pela América do Sul, mas que atualmente não conseguem entrar na Baía de Vitória.
Pelo menos quatro cidades querem sediar o porto: Vitória, Aracruz, Anchieta e Vila Velha. Porém, a empresa contratada para o estudo vai analisar todo o litoral capixaba e levar em conta a viabilidade ambiental da área, as condições socioeconômicas e sociais da cidade e a logística de acesso.
Além do porto de águas profundas, no Sul do Estado deve ser construído o chamado Porto Central. Ele recebeu esse nome por causa do rápido acesso ao restante do Espírito Santo, ao Rio de Janeiro e a São Paulo. Uma localização estratégica, perto de campos de exploração de óleo e gás, inclusive da camada pré-sal, mineração e das produções agrícolas e de mármore e granito.
“Os portos agora estão se tornando grandes locais de logística. Está crescendo cada vez mais a importância de nós atrairmos indústrias dentro dos portos”, acrescentou Marcílio Rodrigues, do Conselho de Exportação da Findes.
Mais que um porto, trata-se de um complexo industrial portuário onde empresas de diferentes setores poderão se instalar. Assim, localizadas dentro do porto, o escoamento da produção será agilizado. O projeto é fruto de uma parceria entre empreendedores brasileiros e estrangeiros, como gestores do Porto de Roterdã, na Holanda. “É uma novidade no Brasil porque temos muito o modelo de que cada empresa tem o seu porto.
São concepções de aproveitamento de ter atividade industrial já junto ao porto. Nossas atividades industriais estão um pouco afastadas do porto”, comentou o secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Félix.
Investimentos para continuar entre os maiores complexos portuários do país. São seis portos no Espírito Santo. Por ano, mais de 5,5 mil navios atracam no Estado. A receita gerada com o comércio exterior é de US$ 29 bilhões. Ao todo, são movimentadas 160 milhões de toneladas de carga, o que representa 25% de toda movimentação portuária do Brasil.
“O Complexo portuário do Espírito Santo é o maior da América Latina em movimentação de cargas”, completou o superintendente de operações do porto.
Fonte: Folha Vitória, 29/05/2012.