Informação na internet é tão explícita quanto a de um outdoor
Foto: Divulgação/Laiz Fidalgo
A oficial administrativo Brígida, 31, restringe o acesso às fotos do filho João Antônio nas redes sociais
A oficial administrativo Brígida Botechia, 31 anos, adora postar as fotos do filho João Antônio, de 1 ano e 9 meses, nas redes sociais. No seu primeiro ano de vida, as publicações eram semanais, principalmente para dar notícias aos padrinhos que moram longe - um no Nordeste e outro na Inglaterra. “Hoje em dia ninguém revela mais foto. É uma forma de mostrar as fases do crescimento dele, dar notícia. Alguns brincavam que meu Facebook era só foto de bebê”, conta.
Mesmo assim, Brígida toma alguns cuidados - como não postar fotos do filho sem roupa, para não atrair pedófilos. “A gente sabe dos perigos. Só adiciono no meu perfil pessoas do meu convívio e restrinjo a elas os acessos às fotos. Também evito postar vídeos, porque acho que é muita exposição”, afirma.
Brígida está certa. Hoje não existe maneira mais fácil de dividir as conquistas e fofuras dos filhos que a rede social. O problema é que, quando percebemos, as mídias sociais estão repletas de fotos das crianças, do ultrassom ao primeiro dia da escola. Um prato cheio para quem é mal-intencionado.
Cuidados
Para Lierte Bourguignon Cardoso Junior, da empresa ISH Tecnologia, é preciso lembrar que muitos assaltantes e sequestradores usam as informações postadas na rede para planejar suas ações.
“Dizer sempre onde você vai mostra sua rotina e seus hábitos para todo mundo. Uma foto pode revelar que bens você tem em casa e sua renda”, explica.
O especialista lembra que não é possível ter controle sobre o que é postado na rede. Por isso, só publique informações que não trarão problemas nas mãos de estranhos. “As pessoas não entendem o quanto aquela informação é publica. A visibilidade é a mesma de um outdoor”, afirmou.
Mas o problema não é apenas a violência. Uma fotografia do seu bebê postada hoje pode se tornar fonte para constrangimentos futuros.
“Ninguém pensa na privacidade do filho. Hoje aquela pose engraçadinha é linda. Amanhã, não vai ser, mas a foto fica eternizada e daqui a 10 anos pode ser copiada por um coleguinha e divulgada para toda a escola”, disse.
Por isso, tome cuidado com o que você publica sobre sua família. É possível compartilhar os bons momentos com segurança.
Todo cuidado é pouco
Fonte de informação
Antes de postar, avalie o conteúdo. Há algum problema caso a informação caia na mão de estranhos? Fornece detalhes sobre o cotidiano da família? Infelizmente, não podemos esquecer que assaltantes, sequestradores e pedófilos usam a internet como fonte de informação.
Use o passado, nunca o futuro
Não poste nada que dê informações sobre onde você vai estar ou sobre o que vai fazer - isso dá dicas a bandidos. Na web, fale sempre no passado, nunca no presente ou futuro.
Detalhes fazem a diferença
Uma simples foto do seu filho com uma camisa de marca pode dar detalhes sobre a renda familiar. A foto dele de uniforme, permite descobrir, a partir da informação de onde ele estuda, os horários de entrada e saída e a classe social da família. Preste atenção nos detalhes que suas fotos revelam.
Limite
Não forneça dados completos nas redes sociais, como seu endereço, telefone, nome dos filhos ou seu bairro.
Público
Lembre-se de que é impossível controlar o alcance daquilo que você posta - que pode ser compartilhado por amigos e amigos de amigos. A informação publicada na internet é tão pública quanto aquela exposta em um outdoor!
Bullying no futuro
Ao colocar fotos da família, considere antes se elas expõem demais seus filhos e se pode constrangê-los no futuro. O que está na web fica ali para sempre - o que hoje é bonitinho, quando ele for adolescente pode se tornar motivo para bullying.
Privacidade
Limite seus álbuns de fotos e publicações a pessoas específicas - crie grupos separando família, amigos e apenas conhecidos. Nos blogs, você pode editar as configurações para impedir os visitantes de copiar textos e fotos. No YouTube, dá para restringir o acesso aos vídeos a usuários específicos ou somente a quem tiver o link exato.
Fonte: A Gazeta, em 04/03/2013.
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