Consultoria usou, indevidamente, nome de multinacional.
Candidatos pagaram R$ 200,00 para participar de processo de seleção.
Cerca de 14 pessoas registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Eletrônicos, em Vitória, na quinta-feira, 28/07, após caírem em um golpe na internet. Elas se cadastraram em um site de busca de emprego, que divulgou uma proposta de trabalho em uma multinacional que vai construir um estaleiro em Aracruz, Norte do Espírito Santo. Segundo a polícia, pelo menos 40 pessoas podem ter caído no golpe.
A promessa era de salários que iam de R$ 2,9 mil a quase R$ 6 mil. Até fotos do hotel onde os candidatos fariam os testes estavam no contrato. Mas para isso, eles precisariam depositar R$ 200 na conta da empresa. "Chegamos ao local marcado, no Aquaviário Dom Bosco, em Vitória, logo pela manhã. De lá, seríamos encaminhado para um hotel em Guarapari. No entanto, não apareceu ninguém para dar satisfação. É uma situação muito complicada", conta a auxiliar administrativa Grazielle Luns Pereira, que veio de Linhares, Norte do estado, para concorrer à vaga.
"Nunca tinha sido solicitado um depósito calção para participar de um processo seletivo. Desconfiei no início, mas como chequei todos os dados e todas as informações conferiam, fiz. Foi decepcionante. Chegamos lá, tinha um monte de gente esperando. Descobrimos que era um golpe", relata Elvira Maria Alves da Silva.
O golpe foi tão bem feito que todos os candidatos receberam um contrato da empresa de consultoria, informando que eles receberiam de volta o valor do cheque calção no primeiro dia do processo seletivo, que seria nesta quinta-feira. No contrato constava todas as informações da empresa, como CNPJ, endereço, nome e CPF do diretor responsável. Inclusive um telefone que funcionava até um dia antes do golpe ser descoberto.
Além do prejuízo, as vítimas agora estão preocupadas com a segurança. "A gente passou todos os dados para a empresa. Fica uma situação constrangedora, não sabemos o que pode acontecer", afirma o autônomo Flávio Faria de Souza
Investigação
O delegado de Crimes Eletrônicos, Jeremias dos Santos, já iniciou as investigações e identificou um suspeito. "Vamos fazer o levantamento de identificação desse site, da origem desse cadastro, quais os responsáveis por essa empresa, para, em conjunto com a Delegacia de Defraudações, podermos chegar ao autor. Já conseguimos identificar essa pessoa física e vimos que ele tem participação em crimes de estelionato em outro estado", afirma.
Estaleiro Jurong Aracruz - EJA
Em nota de esclarecimento, o Estaleiro Jurong Aracruz - EJA informou que no momento não está realizando seleção para nenhum dos postos de trabalho a serem abertos no projeto de implantação do estaleiro em Aracruz e/ou para qualquer outra posição nas empresas do Grupo Jurong.
"Qualquer empresa que esteja indevidamente utilizando o nome do Grupo Jurong ou de qualquer de suas empresas para vender serviços de recrutamento ou seleção de pessoal está sujeita às medidas judiciais cabíveis", diz a nota.
O grupo esclarece ainda que a empresa AS Consultoria não possui autorização para selecionar candidatos, realizar processos seletivos, cobrar valores antecipadamente ou para representar o grupo de qualquer forma. "Esta empresa está utilizando indevidamente o nome do EJA e já tomamos as medidas legais cabíveis", afirma a nota.
A nota informa que o EJA "é parte de um grupo internacional com larga e sólida atuação no mercado que prioriza o respeito e o compromisso a todo e qualquer candidato, de qualquer localidade e para quaisquer postos de trabalho". O grupo reforça que qualquer informação relevante sobre o EJA e seus negócios, inclusive recrutamento e seleção, será divulgada no site oficial: www.jurong.com.br.
Fonte: Programa ESTV de 28/07/2011 - TV Gazeta.
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